A farsa dos sem teto

De repente, não mais que de repente vejo minha rua tomada de "sem tetos". Eles chegam em bando, abrem buracos no muro do terreno vizinho e entram empunhando ferramentas, lonas pretas, e pequenos pedaços de madeiras que são usados como marcadores. Como um câncer, a invasão se espalha rapidamente pelas áreas vizinhas, assumem a área que rodeia a escola, o terreno da Eletropaulo e ao redor de todos os espaços que parecem livres. E como num passe de magica, um exercito enlouquecido de pessoas desconhecidas, se engalfinham, se cooperam, disputam e constroem toscos barracos de madeiras, numa estrutura sem forma, sem planejamento, sem nexo nem plexo. Um cidadão tenta argumentar que a área que estão invadindo lhe pertence e é ameaçado com palavras de ordem como "Você tem casa pra morar e eu não!" rodeado por um bando mal encarado que ameaça invadir sua casa se ele não ficar na "miúda". O curioso é que o autor da frase tem casa, é dono de um pequeno comércio de gás e água, e o outro companheiro que invadiu aquele terreno, tem uma bela casa na rua principal e pelo que consta é cabeleireiro. Aos poucos a rua vai se transformando num caos. Os invasores começam a ficar a vontade, usam maconha enquanto trabalham e se sentem donos da rua, nos olhando desafiadoramente, como se nós é que fossemos os invasores. Segundo informações, a prefeitura tem mais de 200 denuncias desta invasão num espaço de dois dias, mas não se manifestou. Alguém me disse que numa ligação para a guarda metropolitana de São Paulo, foi informado de que aquela área não era da prefeitura e sim da Eletropaulo e não era de sua responsabilidade coibir a invasão. A policia militar também não fez nada, prometeu uma viatura para o local que durante toda a tarde não conseguiu chegar ao local. A Eletropaulo não tem um canal especifico para receber este tipo de denuncia, ao ser comunicada através da ouvidoria,encaminhou o cidadão para um numero genérico. A empresa dona do terreno não se manifestou e assim, pouco a pouco aquela região foi se tornando em  mais uma favela na periferia de São Paulo. Ai você fala: "Mas gente é o pleno exercício da cidadania!" Será? Fico sabendo que a invasão é organizada pelo dono do bar e que ele pegou quatro lotes. E ele tem casa. Posso afirmar com certeza que a maioria, cerca de 80% dos invasores já tem onde morar e, por coincidência, boa parte deles já mora em um terreno invadido. E o pior todos já estão acampados em uma outra invasão afora a que moram. O mais interessante é que durante a invasão, eles já estão planejando outra invasão num terreno da Camargo Correa aqui perto "tamo juntando gente, porque se não for bastante pessoas eles tiram a gente de lá". Também querem invadir o terreno que está acima da Escola. Corre à boca miúda que tem gente da Sub prefeitura conivente com a invasão que é orquestrada por um camarada que prestava serviços para a construtora, por ter perdido os contratos que tinha com as mesmas.
Virou cultura. Fonte de renda (afinal um terreno que acaba de ser invadido vale fácil 2000,00 para aqueles que realmente precisam) mas o que me incomoda é a inércia dos órgãos oficiais. Parecem mancomunado com os invasores. Fica todo mundo, caladinho ninguém se move. Caraca! já notou que o Brasil parece estar virando terra de ninguém? parece que quem anda certo é que está errado. Os caras invadem param rodovia no meio do dia, com pneus queimados não estão nem ai pelo direito dos outros, o que importa é fazer baderna para chamarem atenção para os seus reivindicações.
Fico sabendo que os invasores já estão vendendo seus terrenos, ou alugando. Ontem, passando na rua alguém já me ofereceu um. Os caras invadem, agridem, vendem, fazem um troco, invadem outro e o governo do PT finge que não vê, porquê afinal, existem as facções do PT que exploram tais movimento e que se beneficiam deles de alguma forma. Infelizmente a politica atual ao invés de incentivar a lei e ordem e implantar os programas sociais (como o "Minha casa minha vida") que beneficiariam a todos, prefere promover um novo tipo de empresariado do ramo imobiliário: O INVASOR  PROFISSIONAL.